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Fonte da imagem : Página Resim & Fotograf Facebook |
"Apressa-te a viver, e imagina que cada dia é uma vida completa"
Esta
frase é de Lucius Annaeus Seneca, mais conhecido como Séneca, filósofo estoico, ou Filósofo da Condição
Humana.
Porque eu estou falando dele e o que é filosofia estoica?
É que me deparei com alguns textos de Séneca em recente estudo sobre
ansiedade, e achei válido comentar aqui.
O estoicismo ensina que o meio de superar emoções destrutivas – e a ansiedade
é uma delas - é desenvolver o autocontrole e a firmeza.
Os estoicos afirmavam que as emoções destrutivas surgem a partir de
erros de julgamento, e que uma pessoa sábia não sofreria destas emoções.
Alguns estudiosos dizem que o estoicismo estava para Roma antiga o que
os textos de autoajuda estão para os dias atuais, já que era considerada a Arte de Bem Viver.
Em seus três últimos anos de vida Séneca, o autor da frase que dá
início a este artigo, escreveu 124 cartas endereçadas à Lucílio, seu suposto
amigo - sua existência não é comprovada por qualquer fonte histórica -.
Ele diz que a ansiedade pelo futuro só é sentida por aqueles cujo
presente é vazio, e que o temor e o desejo pelo futuro só faz corroer a alma.
Não há situação mais miserável do que vir à vida e não saber o que fazer dela,
qual rumo seguir.
Questiona se há insensatez maior que nos angustiarmos pelo futuro e
deixar-nos assim abater por toda uma sorte de tormentos.
Afirma que quem sofre antes do tempo sofre mais que o devido pelo fato
em si, e o cúmulo da desgraça e da estupidez está no medo antecipado, e que é
uma loucura ser infeliz antecipadamente.
Não vou ao ponto de afirmar que é uma loucura. Penso ser, sim, lamentável
ser infeliz antecipadamente, e acrescento a isso também a antecipação do
sucesso, da ventura, e não só da desventura ou do fracasso.
Afinal, a ansiedade é maléfica sempre ou pode ser benéfica em algum
momento?
Freud responsabiliza
a ansiedade por todas as nossas neuroses, e disse que ela é tóxica.
Para
mim fez bastante sentido ver que Jerome Kagan discorda
dele, dizendo que a ansiedade faz parte da condição humana, que não existe
civilização em que ninguém fica ansioso. Segundo J. Kagan a ansiedade é tão
corriqueira como ficar cansado, errar, sentir-se culpado, frustrado ou
envergonhado.
Assim como eu você já deve ter notado que quando falamos de ansiedade
entramos automaticamente nas questões do controle
da ansiedade, em como fazer para obtermos dela um resultado positivo, fazê-la
ser benéfica de alguma maneira.
Isso é bem possível, e tudo parte da consciência e do desejo sincero,
se bem que o desejo, por mais sincero que seja não vai mudar por si só as suas
emoções. Afinal ninguém ama alguém apenas porque deseja, claro, mas também não
nos enganemos com a ansiedade: Ela não é controlável, ela é influenciável, você pode estabilizá-la.
É igual ao mito de administrar o tempo. Ninguém administra o tempo. O
meu dia tem as mesmas 24 horas que o seu, mas eu posso conseguir fazer meu dia
infinitamente mais produtivo que o seu. Dependerá de meu comportamento, ou seja: Da maneira com que administro minhas
atividades no tempo.
Podemos chamar este comportamento do que quisermos: conduta,
desempenho, hábito, procedimento... Mas não nos distanciaremos da necessidade
da ação.
Mas atenção: se você estiver se sentindo
ansioso em demasia é recomendável que busque ajuda médica imediatamente para uma investigação. Especialmente se esta sensação for constante.
Jamais se aventure pelo autodiagnóstico. A ansiedade é um transtorno da saúde se for generalizada, e traz consequências danosas se não houver tratamento adequado e conduzido por um profissional qualificado.
O que estou abordando aqui é a ansiedade normal, aquela que se restringe a uma determinada situação, do dia a dia.
Visite este site, ele é mantido pelo Dr. Rodrigo Marot, médico psiquiatra. Ele nos dá algumas indicações úteis.
http://www.psicosite.com.br
Tenha bom senso, respeito por si próprio e por quem o ama, por favor.
Para se proteger dos ataques das feras certo homem primitivo escolheu
se juntar a outros para poder compartilhar a força e a vigilância. Este homem
temia por sua vida, estava ansioso porque antecipava o momento de sua morte, por
isso tinha medo. Então ele entrou em ação. Organizou uma tribo, procurou
cavernas para se abrigar, desenvolveu armas, descobriu o fogo. Ele evoluiu.
Evoluiu
porque se comportou de maneira diferente. Não aceitou o medo simplesmente. Ele enfrentou
a situação com lucidez e se orientou pela consciência de que algo precisava ser
feito. E fez.
O homem primitivo respondeu a ansiedade como um alerta, que o advertiu
sobre os perigos e o encaminhou a tomar providências para o enfrentamento das
ameaças.
A ansiedade é uma emoção que pode vir a ser destrutiva. Veja bem: ela pode
ser destrutiva, e não necessariamente é destrutiva.
Imagine este homem primitivo tremendo de medo e correndo sem parar,
tendo ou não alguma fera em seu encalço. Para se garantir ele corre, corre,
corre... Faz algum sentido?
Ao final de um dia de trabalho intenso e estressante sentimos certa
quebreira, exaustão. Parece que nossas forças se esgotaram, falta-nos a
energia. O que nos vem à mente? Preciso descansar e relaxar, não é?
Tome a ansiedade da mesma forma. Transforme-a numa luz de seu painel
emocional que se acende para avisar que existe ao menos uma questão que precisa
de sua atenção imediata.
Use a ansiedade a seu favor.
Se quiser ajuda para isso eu recomendo duas linhas de trabalho que
julgo fantásticas e muito úteis: Terapia e Coaching.
É perfeitamente possível participar dos dois processos em paralelo, e
isso é comum, por exemplo:
Determinada pessoa está sob tratamento terapêutico em função de uma
depressão, e esta depressão causou danos em sua vida profissional. Participar
de um processo de Coaching o ajudará a reestabelecer a ordem em sua carreira.
O caminho inverso também acontece: A pessoa está participando de um
processo de Coaching e não consegue avançar em suas conquistas dado um quadro
de hiperansiedade. Será benéfico buscar a Terapia, e o profissional Coach tem a
obrigação de perceber esta necessidade.
Por fim, uma pequena sugestão para refletir:
Transforme sua Lista de Tarefas
em uma Lista de Objetivos.
A palavra tarefa remete ao
dever e à obrigação, enquanto que objetivo
remete à intenção, ao propósito, ao alvo.
Você não precisa fazer. Você
quer fazer. E se você não quiser
fazer algo que está nesta lista, questione se é mesmo necessário fazê-la.
Dê a si mesmo a liberdade de escolha. Seu subconsciente entenderá.
“Um pedaço de pão comido em paz é melhor que um banquete comido com
ansiedade”
Viva em Paz e seja Feliz!!!
muito legal esse texto Salvio...tenho lido os outros também e gosto muito....show..um bj Simone
ResponderExcluirMuito obrigado pelo seu comentário, e também por estar acompanhando,Simone!
ResponderExcluirEstou feliz por isso.
Beijo
Muito interessante o Texto.A Ansiedade pode ser salutar, se ela move-nos para a ação, ou deletéria se esgota nossas reservas e ficamos paralisados, sem saber para onde ir, o que fazer.Muito legal o texto, pois explica este processo.
ResponderExcluirClaudia Stamato Fonseca