O que é Coaching?

Muitas pessoas confundem o Coaching com terapia, autoajuda, aconselhamento, mentoring ou treinamento. Já me perguntaram até se o Coach é um psicólogo para executivos. Estas noções estão equivocadas, mas isso é compreensível porque embora a profissão de Coach seja a que mais cresce no mundo ela ainda é relativamente nova no Brasil.

O Coaching não é uma ideologia, ele é uma metodologia holística e pragmática, um processo com início meio e fim. Ele não é restrito a executivos, profissionais liberais ou empresários; aplica-se a toda e qualquer pessoa que busca conhecer mais a si própria e conquistar uma vida mais plena, feliz e realizada.

O Coaching libera o potencial humano para maximizar seu desempenho.

O profissional Coach - regido por rigorosos princípios éticos e morais - apoia o indivíduo a definir com clareza as suas metas e desenvolver competências para alcançá-las. Ele assessora o Cliente na obtenção de resultados em larga escala na sua vida pessoal, carreira profissional ou negócio, de quaisquer áreas de atuação. Durante este processo o Cliente amplia seu nível de consciência, autoconhecimento e responsabilidade pelos resultados da própria vida.

Considere estas perguntas:

O que eu quero da vida? Quais são as minhas perspectivas? Quais são os meus sonhos?

Eu tenho tudo o que quero? Eu tenho tudo o que mereço? O que é possível para mim?

O que é importante para mim? Quais são os meus valores pessoais? Eu os conheço e vivencio?

O que eu acredito sobre mim? O que eu acredito sobre a vida?

Agora imagine uma maneira de explorar estas perguntas com a assessoria de alguém preparado e habilitado para lhe auxiliar a concretizar seus sonhos mais importantes, e transformar-se na pessoa que você sempre desejou ser.

Isso é Coaching.



Referências:

Villela da Matta & Flora Victoria – Sociedade Brasileira de Coaching

Andrea Lages & Joseph O’Connor – Comunidade Internacional de Coaching e Lambent do Brasil

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A ansiedade como caminho

Fonte da imagem : Página Resim & Fotograf Facebook
"Apressa-te a viver, e imagina que cada dia é uma vida completa"


Esta frase é de Lucius Annaeus Senecamais conhecido como Séneca, filósofo estoico, ou Filósofo da Condição Humana.


Porque eu estou falando dele e o que é filosofia estoica?

É que me deparei com alguns textos de Séneca em recente estudo sobre ansiedade, e achei válido comentar aqui.

O estoicismo ensina que o meio de superar emoções destrutivas – e a ansiedade é uma delas - é desenvolver o autocontrole e a firmeza.

Os estoicos afirmavam que as emoções destrutivas surgem a partir de erros de julgamento, e que uma pessoa sábia não sofreria destas emoções.

Alguns estudiosos dizem que o estoicismo estava para Roma antiga o que os textos de autoajuda estão para os dias atuais, já que era considerada a Arte de Bem Viver.

Em seus três últimos anos de vida Séneca, o autor da frase que dá início a este artigo, escreveu 124 cartas endereçadas à Lucílio, seu suposto amigo - sua existência não é comprovada por qualquer fonte histórica -.

Hoje temos à nossa disposição estas cartas no livro Cartas a Lucílio. 

Nestas cartas Séneca digressa sobre a ansiedade em pelo menos três delas - você pode encontrá-las na íntegra clicando neste linke a considera, como já disse, uma emoção destrutiva.

Ele diz que a ansiedade pelo futuro só é sentida por aqueles cujo presente é vazio, e que o temor e o desejo pelo futuro só faz corroer a alma. Não há situação mais miserável do que vir à vida e não saber o que fazer dela, qual rumo seguir.

Questiona se há insensatez maior que nos angustiarmos pelo futuro e deixar-nos assim abater por toda uma sorte de tormentos.

Afirma que quem sofre antes do tempo sofre mais que o devido pelo fato em si, e o cúmulo da desgraça e da estupidez está no medo antecipado, e que é uma loucura ser infeliz antecipadamente.

Não vou ao ponto de afirmar que é uma loucura. Penso ser, sim, lamentável ser infeliz antecipadamente, e acrescento a isso também a antecipação do sucesso, da ventura, e não só da desventura ou do fracasso.

Afinal, a ansiedade é maléfica sempre ou pode ser benéfica em algum momento?

Freud responsabiliza a ansiedade por todas as nossas neuroses, e disse que ela é tóxica.

Para mim fez bastante sentido ver que Jerome Kagan discorda dele, dizendo que a ansiedade faz parte da condição humana, que não existe civilização em que ninguém fica ansioso. Segundo J. Kagan a ansiedade é tão corriqueira como ficar cansado, errar, sentir-se culpado, frustrado ou envergonhado.


Assim como eu você já deve ter notado que quando falamos de ansiedade entramos automaticamente nas questões do controle da ansiedade, em como fazer para obtermos dela um resultado positivo, fazê-la ser benéfica de alguma maneira.

Isso é bem possível, e tudo parte da consciência e do desejo sincero, se bem que o desejo, por mais sincero que seja não vai mudar por si só as suas emoções. Afinal ninguém ama alguém apenas porque deseja, claro, mas também não nos enganemos com a ansiedade: Ela não é controlável, ela é influenciável, você pode estabilizá-la.

É igual ao mito de administrar o tempo. Ninguém administra o tempo. O meu dia tem as mesmas 24 horas que o seu, mas eu posso conseguir fazer meu dia infinitamente mais produtivo que o seu. Dependerá de meu comportamento, ou seja: Da maneira com que administro minhas atividades no tempo.

Podemos chamar este comportamento do que quisermos: conduta, desempenho, hábito, procedimento... Mas não nos distanciaremos da necessidade da ação

Mas atenção: se você estiver se sentindo ansioso em demasia é recomendável que busque ajuda médica imediatamente para uma investigação. Especialmente se esta sensação for constante. 
Jamais se aventure pelo autodiagnóstico. A ansiedade é um transtorno da saúde se for generalizada, e traz consequências danosas se não houver tratamento adequado e conduzido por um profissional qualificado.

O que estou abordando aqui é a ansiedade normal, aquela que se restringe a uma determinada situação, do dia a dia.

Visite este site, ele é mantido pelo Dr. Rodrigo Marot, médico psiquiatra. Ele nos dá algumas indicações úteis.
http://www.psicosite.com.br

Tenha bom senso, respeito por si próprio e por quem o ama, por favor.

Para se proteger dos ataques das feras certo homem primitivo escolheu se juntar a outros para poder compartilhar a força e a vigilância. Este homem temia por sua vida, estava ansioso porque antecipava o momento de sua morte, por isso tinha medo. Então ele entrou em ação. Organizou uma tribo, procurou cavernas para se abrigar, desenvolveu armas, descobriu o fogo. Ele evoluiu. 
Evoluiu porque se comportou de maneira diferente. Não aceitou o medo simplesmente. Ele enfrentou a situação com lucidez e se orientou pela consciência de que algo precisava ser feito. E fez.

O homem primitivo respondeu a ansiedade como um alerta, que o advertiu sobre os perigos e o encaminhou a tomar providências para o enfrentamento das ameaças.

A ansiedade é uma emoção que pode vir a ser destrutiva. Veja bem: ela pode ser destrutiva, e não necessariamente é destrutiva.

Imagine este homem primitivo tremendo de medo e correndo sem parar, tendo ou não alguma fera em seu encalço. Para se garantir ele corre, corre, corre... Faz algum sentido?

Ao final de um dia de trabalho intenso e estressante sentimos certa quebreira, exaustão. Parece que nossas forças se esgotaram, falta-nos a energia. O que nos vem à mente? Preciso descansar e relaxar, não é?

Tome a ansiedade da mesma forma. Transforme-a numa luz de seu painel emocional que se acende para avisar que existe ao menos uma questão que precisa de sua atenção imediata.

Use a ansiedade a seu favor.

Se quiser ajuda para isso eu recomendo duas linhas de trabalho que julgo fantásticas e muito úteis: Terapia e Coaching.

É perfeitamente possível participar dos dois processos em paralelo, e isso é comum, por exemplo:
Determinada pessoa está sob tratamento terapêutico em função de uma depressão, e esta depressão causou danos em sua vida profissional. Participar de um processo de Coaching o ajudará a reestabelecer a ordem em sua carreira.

O caminho inverso também acontece: A pessoa está participando de um processo de Coaching e não consegue avançar em suas conquistas dado um quadro de hiperansiedade. Será benéfico buscar a Terapia, e o profissional Coach tem a obrigação de perceber esta necessidade.

Por fim, uma pequena sugestão para refletir:
Transforme sua Lista de Tarefas em uma Lista de Objetivos.

A palavra tarefa remete ao dever e à obrigação, enquanto que objetivo remete à intenção, ao propósito, ao alvo.

Você não precisa fazer. Você quer fazer. E se você não quiser fazer algo que está nesta lista, questione se é mesmo necessário fazê-la.

Dê a si mesmo a liberdade de escolha. Seu subconsciente entenderá.

“Um pedaço de pão comido em paz é melhor que um banquete comido com ansiedade”
                                                                                                                                             Esopo

Viva em Paz e seja Feliz!!!














Aprenda a respirar corretamente


Fonte da imagem: Página Resim & Fotograf. Facebook
Existem dois meios de se colocar ar nos pulmões: no estilo barriga para dentro, peito para fora, que é a respiração torácica, ou então através do diafragma, que é a respiração abdominal.
Observe uma criança pequena dormindo. Veja como sua barriguinha sobe e desce, numa calma de fazer inveja. Essa é a respiração diafragmática ou abdominal. Agora se lembre dessa mesma criança chorando ou assustada. Essa é a respiração torácica.
Quando você enche o peito de ar, encolhendo a barriga, está usando apenas a musculatura do tórax. Esse é o tipo de respiração de quem está fazendo um exercício físico intenso. E é também o tipo de respiração de quem está sob pressão. Nesse último caso, ocorre uma superficialização dos movimentos, entrando menos ar em cada movimento, mas com um grande número de inspirações e expirações. O resultado é acúmulo de ar viciado, pobre em oxigênio, além de tensão muscular. Já a respiração diafragmática ocorre em situações de calma e, muito importante, é capaz de diminuir a reação de alarme. 


O diafragma é o músculo que separa o abdome do tórax, e pode ser controlado com um mínimo de atenção. Experimente as seguintes recomendações, pratique por poucos minutos ao dia, e confira os resultados! Antes de modificar seu padrão de respiração, passe a observa-lo. Veja como você respira quando sob pressão, usando sua lista de estressores, e aqui vale tanto um susto no trânsito quanto uma reunião de trabalho. Na sequência, procure verificar sua respiração quando está cansado, como antes do almoço ou no final do expediente. Nesta fase, não modifique. Apenas observe.
Num local calmo, em casa, passe a provocar a respiração diafragmática, da seguinte maneira:

  • Deitado, coloque uma mão na barriga, logo acima do umbigo, e a outra no peito.
  • Inale muito lentamente, procurando fazer de sua barriga um balão expandindo-se. A mão da barriga deve subir e a mão do tórax deve se mexer muito pouco. Respire com muita calma, de maneira regular e suave.
  • Expire muito lentamente, mais ou menos na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar. Se aguentar, fique um ou dois segundos antes de começar um novo ciclo.
  • Se pensamentos começarem a interromper sua concentração, você poderá contar o tempo que está passando, como um mil, dois mil, três mil, etc. Sendo que cada um destes números cantando mentalmente equivale a aproximadamente um segundo. Outra maneira é desenhar também na mente um círculo que se completa a cada ciclo de respiração, imaginando metade na inspiração e metade na expiração.

Quando estiver dominando a técnica você conseguirá desencadear a respiração abdominal quando precisar. Passe a empregá-la em situações de tensão. Pode ser no meio de uma reunião (ninguém vai notar), meio minuto antes de atender aquele cliente importante, no meio do trânsito, etc.  

Essa prática é facílima e sem querer você não apenas irá melhorar dos sintomas, mas também já começa a monitorar as situações que o deixam mais tenso. 




Texto do Dr Cyro Masci, médico, habilitado em Medicina Bio-Ortomolecular pela Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres, Pós-Graduado em Acupuntura Médica pela Associação Médica Brasileira de Acupuntura e Qualificado como Especialista em Psiquiatria pelo Conselho Federal de Medicina.
Lecionou na Faculdade de Ciências Médicas de Santos e na Universidade Metodista, Campus ABC. É o Diretor Clínico da Clínica Masci. 


terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Transformação


Algumas vezes eu sinto que a minha vida é constituída por uma série de trapézios que balançam lentamente. Ora eu estou pendurado em uma barra de trapézio balançando-me ou, por tênues momentos, me sinto cruzando os espaços vazios entre esses trapézios.
Na maioria do tempo passo a minha vida sentado no conforto do meu trapézio querido do momento. Ele me conduz durante o seu pequeno balanço, ora para frente, ora para trás. Acredito, dessa forma, que controlo a minha vida. Assim, creio conhecer a grande maioria das perguntas certas, bem como algumas das respostas que eu julgo certas.
Porém, apenas por um instante, eu me sinto feliz balançando-me... Então eu olho à minha frente e o que consigo ver? Vejo outra barra solitária de um trapézio balançando em minha direção.
Ela está vazia. E, dentro de mim, há um lugar que sabe que aquela é uma nova barra de trapézio da minha vida...
Ela representa o meu próximo passo, o meu crescimento interior, um novo sentido da minha vida, um novo desafio a enfrentar. E, no mais profundo do meu coração, eu sei que para o meu crescimento, preciso dar o novo salto desta barra que conheço e gosto tanto e que nela me balanço há tanto tempo, para uma nova barra que representa um novo começo.
Cada vez que isso me acontece, eu desejo no fundo do meu coração, que não precise aparecer outra barra à minha frente. Todavia, nesse meu lugar, acomodado e conhecido, eu sei que preciso dar o meu próximo salto e no tênue momento desse salto, enquanto cruzo o espaço e me jogo em direção à minha nova barra, sinto-me quase paralisado pelo terror.
Tenho medo de não conseguir pegar a outra barra e de cair e me espatifar nas pedras do abismo da vida. Todavia, internamente, sei que consigo fazê-lo, que vou e preciso fazê-lo. Talvez, isso seja a essência daquilo que os místicos chamam de experiência da fé. Não há garantias, não existem redes de proteção, não existe segurança policial. Mas, eu faço porque se continuo pendurado me balançando na velha barra, sei que não conseguirei, simplesmente, dar continuidade à minha jornada da vida.
E, por um tempo que pode durar alguns segundos ou a eternidade de uma vida, eu me vejo cruzando o vazio desconhecido de um tempo que passou e de um futuro que ainda não está aqui. Isto representa o que podemos chamar de transformação.
Eu chego a acreditar que é esse o único lugar no qual a mudança real acontece. Sei que na nossa cultura, essa zona de transição é algo que não existe, ou seja, teoricamente não é possível existir nenhum lugar entre o vazio dos lugares.
No entanto, com certeza, a velha barra de trapézio é real, e o novo que está vindo em minha direção também é real. Mas o que significa o vazio existente no meio? É, justamente, a confusão, o medo, a desorientação, que precisam ser afastados o mais rápido possível.
Eu tenho uma grande suspeita de que a zona de transição é somente a única coisa real, e as barras são apenas ilusões que sonhamos existir para que preencham nossos vazios, onde a mudança - o real crescimento interior - acontece conosco.
Queira ou não o meu sentimento é verdadeiro, e é ele que me favorece com a certeza de que as zonas de transição são lugares inexplicavelmente ricos.
Sim, mesmo com todo medo, pavor e sentimentos incontrolados que geralmente acompanham as transições, são justamente esses momentos que fazem com que nos sintamos vivos, apaixonados e com as nossas vidas em expansão.
E assim sendo, a transformação do medo pode não ter nada a ver com fazer esse medo ir embora, mas apenas dar permissão a nós mesmos de nos jogarmos na zona de transição entre os dois trapézios.
No entanto, se optarmos pelo caminho de modificar os nossos desejos para não sentirmos a necessidade de pular para a outra barra, estaremos permitindo a nós mesmos, esconder das nossas vidas o único lugar no qual as mudanças realmente acontecem.
E... é somente tendo a coragem e a ousadia de nos jogarmos no vazio que poderemos, realmente, aprender a voar. 
Adaptação de Sebastião Fernando Viana do livro The Essene Book of Days, escrito por Danaam Perry

Sebastião Fernando Viana, Especialista/FBC - Atualmente Diretor Presidente da Fundação Brasil Criativo, Consultor e Facilitador em Processo Criativo (pessoal e organizacional), Construção de Equipes e Gestão de Pessoas. Idealizador, Coordenador e Facilitador dos Projetos “Criatividade não é dom!”, Equipe Unida, Equipe Integrada e Criatividade em Tempo de Guerra (Petrobras/E&P-SEAL). Idealizador e Facilitador dos Projetos “Criatividade: Ver a Vida com Novos Olhos” e “Mito Pessoal (I, II e III)”. Certificado na Metodologia OSBORN-PARNES pela Creative Education Foundation, Buffalo, USA, 2000. Recebeu o prêmio Ser Humano Oswaldo Checchia – 1998, concedido pela ABRH/Nacional, São Paulo, SP. Participou do Creative Problem Solving Institute – CPSI, Buffalo, NY, USA nos anos de 1997 a 2002. Participou do APG Programa de Gestão Avançada – Super Intensiva no Advance Center da Amana-Key, São Paulo, Outubro/2003. Autor do livro “A Espiral Criativa”, lançado em 2003. Vice-presidente do Conselho Superior do Movimento Competitivo de Sergipe – MCS. Consultor das áreas de Criatividade e Inovação da Unidade de Criatividade, Inovação e Empreendedorismo da Faculdade São Luís de França, Aracaju, SE.

A Vida é Uma Doença Terminal


Em minhas navegações pela web me deparei com esta ideia, achei estranha, beirando o mau gosto, logo a rechacei. Mas ela ficou ribombando em minha memória, e acabei refletindo a respeito, então acabou me fazendo algum sentido.
Bem, posso entendê-la levando em consideração que passei por uma cruel e rara enfermidade que limitou meus movimentos mais simples e me ameaçou com a morte, dando-me apenas 5% de chances para continuar vivo. Isso aconteceu de uma hora para outra, quase que instantaneamente. Naquela época eu literalmente não me mexia. Minha esposa, companheira, amiga e confidente Claudinha se agarrou ferozmente por mim a estas chances, me socorria a cada instante, se antecipava às minhas necessidades, inclusive para me virar de lado na cama, coisa que eu não conseguia fazer, pois não tinha força física nem para falar, e eu era proibido de falar. Não precisava proibir, eu não conseguia mesmo.
Estático na cama, lúcido, com os pensamentos em altíssima velocidade, sabendo que na sala havia médicos, e outros tantos ao telefone, atarantados, buscando respostas, apressados em me salvar, eu via a minha vida em projeção no teto de meu quarto como em um cinema, melhor dizendo: como em uma sala de edição. Eu era diretor, produtor e personagem principal daquele filme, que acabara de me fugir ao controle. A trama parecia precisar de um final. Os rolos de negativo estavam acabando.
Até hoje a ciência não afirma que estou curado, e acho que ela jamais afirmará, mas eu afirmo. Eu sei que estou curado. Até porque tomei a decisão de morrer com isso, mas não disso.
Naqueles dias eu imaginava que quando saísse daquela situação – eu tinha certeza que sairia – eu seria como tantas pessoas que depõem sobre a vida após quase perdê-la. Eu seria a personificação da disciplina e da alegria. Dormiria oito horas ao dia, me alimentaria com extremo cuidado, bendiria o dom de estar vivo a todo o momento. Pequenos vícios? Pequenas transgressões? Nem pensar. Escalaria montanhas, aprenderia a tocar algum instrumento... Eu seria aquele que surgiu das cinzas, que venceu a morte prematura. Um chato. Que nada. Continuo normal. Assim como antes da fase mais dura da doença continuo errando e acertando. É claro que hoje atribuo um valor muito maior à vida. Estou mais amadurecido, entendo a vida com mais clareza. Acho que entendi o que o Universo quis me dizer. Daí sou o que sou hoje, e faço o que faço. Tenho a minha missão, estou aqui, ou continuo aqui, por um propósito. O fato de você estar lendo este artigo agora é um dos aspectos de minha missão e propósito de vida.
Uma das coisas mais bacanas que o processo de coaching faz em conjunto com o coachee (cliente) é descobrir a missão e o propósito de vida dele.
Pouca gente pensa nisso. É verdade. A vida vem com suas surpresas e você vai vivendo, sempre em busca da tal felicidade, do bem estar material, da fama, do sucesso, do reconhecimento, e em nome desta busca passa doze, quinze horas soterrado pelo trabalho, em eventos e viagens, sempre dizendo para quem reclama a sua presença, e às vezes para si mesmo, que assim que concluir aquela negociação, que assim que aquele cliente assinar o contrato, assim que o investidor se mostrar satisfeito, etc., as coisas ficarão mais calmas, você estará mais presente. Mas nunca ficam. E você nunca está presente. Seus pensamentos e suas conversas, sejam num jantar de negócios, seja num almoço em família, sempre são sobre trabalho, metas, ponto de equilíbrio, empreendimento, workshop, fluxos... E assim vai. Inclusive assim vai a vida toda.
Qual é a quantidade de dinheiro suficiente para você?
Quais são as suas verdadeiras prioridades? Quem você ama participa destas prioridades?
Como você demonstra seu amor a quem você ama?
Do que você quer se lembrar quando chegar na velhice?
De que maneira você gostaria de ser lembrado dez anos após sua partida?
A vida é muito curta para ser pequena¹, e pode ser vivida como uma doença terminal. Brincam que da vida ninguém sobrevive, ninguém sai vivo. Concordo. O tempo é curto. Bem curto.
Como você se traduz em poucas palavras? Qual o seu lema interno, seu slogan?
Escreva um adágio sobre si mesmo. Depois pense em sua missão, em seu propósito, fazendo-se a pergunta: O que me atrai para a vida?
Levando em conta seus maiores talentos e características procure estruturá-la mais ou menos assim:
Minha missão é... através de...para...
Será uma ferramenta poderosa se encerrar seus valores e suas crenças. Ela vai te orientar nas dúvidas e te acalmar nos conflitos.
Não se preocupe se alguém vai entender ou não. Não é para os outros ou para sua promoção. É para você.

¹ Frase de Benjamin Disraeli

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Você já desejou ter mais Força Interior?


Bem no seu íntimo você deseja secretamente ser como algumas pessoas que superam as adversidades, os obstáculos, e seguem em frente, chegando exatamente onde, quando e como querem chegar?
Estas pessoas merecem respeito e admiração, afinal elas conquistam o que querem porque possuem Força Interior. Não há nada de mal em desejar ser como elas, isso não se discute. O que é discutível é ficar apenas no campo do desejo, do sonho.
Quantas vezes te faltaram persistência e resistência para ir em frente com seus planos e decisões? Quantas vezes você se sentiu fraco, pequeno, preguiçoso ou tímido para fazer algo?
Nosso poder no mundo, nossa marca e nossa paz de espírito, são resultantes de nossa Força Interior,  que é composta pela combinação da Força de Vontade com a Autodisciplina.
Estes elementos são fundamentais para o sucesso em qualquer área da vida. Se você não se identificou com algum deles eu tenho uma boa notícia: Eles podem ser aprendidos e desenvolvidos. Nós não nascemos prontos. Só precisamos de comprometimento e interesse por viver plenamente e deixar nossa marca no mundo. E que ela seja positiva. Como você quer ser lembrado?
Força de Vontade é a capacidade de superar a preguiça e a procrastinação. Esta capacidade também controla ou rejeita impulsos desnecessários ou prejudiciais. É a capacidade de manter uma decisão, de perseverar. É o poder interior de superação, que vence a resistência emocional ou mental para agir. Dificilmente o sucesso existirá sem a Força de Vontade.
Autodisciplina é a energia da perseverança em se manter na direção do objetivo final; que reprime o prazer da satisfação imediata e busca a obtenção de algo melhor, mas que demanda tempo e esforço. Permite suportar privações e dificuldades, sejam elas físicas emocionais ou mentais.
A conquista destes dois elementos nos propicia uma significativa carga de Força Interior, que aumenta nossa capacidade de tomar decisões e segui-las até o final. No entanto lembre-se que todos têm o direito de reconsiderar as decisões e mudar de ideia. Apenas não se sabote.
Em seu livro Will Power and Self Discipline, Remez Sasson propõe exercícios para desenvolver estas habilidades. Aqui vão dois deles:
  • A pia da cozinha tem pratos que precisam ser lavados, mas você quer deixar para lavá-los mais tarde. Levante-se e vá lavá-los agora. Se não fizer assim a preguiça te dominará, mas se fizer estará desenvolvendo a sua Força de Vontade. Ficará mais fácil para você fazer o que precisa ser feito se a Força de Vontade realmente fizer diferença em sua vida.
  • Quantas xícaras de café você toma por dia? Que tal apenas por uma semana você reduzir esta quantidade pela metade?

Para ser fluente em um outro idioma é preciso estudar diariamente e praticar várias horas por semana. Só assim você irá poder se comunicar com clareza através dele. Acontece o mesmo com a Força de Vontade e a Autodisciplina: a prática as reforçará e elas estarão disponíveis para serem usadas.
O grande segredo da proficiência é a repetição.
Ainda segundo Sasson, com Força de Vontade e Autodisciplina nós melhoramos a concentração e tomamos o controle da mente, protegendo-a de pensamentos destrutivos. As circunstâncias não terão mais poder sobre nossa paz de espírito, teremos mais controle sobre a vida.
E por falar em pensamentos destrutivos: Já experimentou trocar a expressão "é difícil" por "é desafiador"? 
Esquisito? Porque não tentar?

Baseado no artigo Will Power and Self Discipline do site SuccessCounciouness.com

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Solidão, um Risco para a Saúde


O psicólogo John T. Cacioppo, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva e Social da Universidade de Chicago, coordenou uma pesquisa que aponta um elevado índice de interdependência entre as pessoas. Muito mais do que imaginávamos ou acreditávamos até então.
Seu estudo afirma que a solidão involuntária é absolutamente contrária à natureza humana, e seu impacto sobre a saúde pode ser devastador, do ponto de vista físico e psicológico.
A solidão eleva a pressão sanguínea e os níveis dos hormônios do estresse, provoca o mau funcionamento do sistema imune, o sono ruim, o alcoolismo, o uso de drogas e até a demência nos idosos.
São tantos os males da solidão que ela pode ser comparada ao tabagismo e a obesidade.
Mas ele alerta que há uma marginalização da solidão. Ela é encarada como uma fraqueza pessoal, e por isso quem a possui tende a ignorá-la ou negá-la.
Diferentemente do tabagismo e da obesidade, pouca gente sabe como tratar da solidão, já que ela não é uma doença propriamente dita, mas uma condição da vida.  
Desde os primórdios da história humana sabemos que quem tinha mais chance de sobreviver eram aqueles que se mantinham em grupo, e a evolução cuidou de selecionar genes que nos dão prazer por estarmos acompanhados e inquietude ou tristeza quando estamos sós involuntariamente.
Ele diz que não por acaso o maior castigo imposto no sistema carcerário é o isolamento em solitárias.
Penso que conhecer um pouco mais a fundo sobre o conceito da solidão pode ajudar, seja em sua identificação ou na consciência da necessidade de se criar estratégias pessoais para combatê-la. No entanto é sempre bom afirmar que são conceitos, e como tal devem ser encarados. Neste caso vale mais o que se sente a respeito.
Estar só é muito mais forte do que querer uma companhia. A solidão provoca dor na alma. Há uma sensação de vazio, desesperança e incompreensão. Falta significado a tudo. É aquele momento em que mesmo inconscientemente buscamos algo novo para nossa vida, algo que nos transforme. Ela pode ser provocada pelo abandono, pela falta de compaixão e pode ser sentida até mesmo dentro do casamento, quando há raiva, ressentimento e amor não correspondido. Sentir que não é amado traz sofrimento atroz.
É normal a solidão ser confundida com o sentimento de tristeza causado por perdas, rompimentos, separações, etc. Há um período de luto que ninguém poderá passar nós, mas é preciso atenção, pois períodos muito prolongados podem ser debilitantes e demandar tratamento psicológico. Então precisaremos de ajuda.
Estar desacompanhado pode ser uma opção, ou quando muito, uma circunstância. Estar desacompanhado é solitude, e você pode se sentir só em um estádio de futebol completamente lotado.
A solitude pode ser uma experiência positiva e saudável, e não necessariamente dolorida, mas precisa estar sob seu controle. Você pode se isolar para refletir, ou pode estar isolado porque não conhece ninguém no estádio de futebol.
Saber seu propósito na vida e ter clara a sua missão dará sentido amplificado à sua existência, e é uma excelente estratégia pessoal.

A imagem utilizada é uma reprodução do quadro The Guest Room, da artista plástica canadense Heather Horton. Ele está em exposição para venda na Abbozzo Gallery, em Oakville, Ontário, Canadá.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Monstro de Estimação


Lembro-me da história de um sujeito que corria desesperadamente de um monstro horrível. Mesmo indo ao limite da força de suas pernas ele não se livrava de sentir a respiração quente
daquele ser horrível em suas costas. A cada vez que olhava para trás o monstro estava mais perto, e maior, e maior. Aquilo lhe causava arrepios enormes. Num dado momento, já sem forças, com os pulmões prestes a explodir, ele resolveu parar de correr e se entregar às garras afiadas do monstro. Era a morte, a morte certa e dolorosa.
Apavorado, ele viu o monstro diminuir os passos e chegar bem perto de seu rosto suado e ofegante. Os olhos avermelhados da besta o fitavam profundamente, sua boca com dentes afiados exalavam odor pútrido e vertiam uma baba nojenta, que pingava em seus pés trêmulos.
Ficaram ali, por incontáveis minutos, trocando olhares de agonia, de um, e gelados, de outro. Angustiado, e certo de seu fim, ele disse:
- Vamos, acabe com isso.
E o monstro, ainda olhando-o nos olhos, disse:
- Acabar com o quê?
- Comigo, não é isso o que você quer?
- Eu? Não.
- Então, porque me persegue?
- Porque você me criou e me alimenta. Assim eu fico mais forte e maior.
- Eu o criei? Quem é você, e afinal, o que quer de mim?
- Sou a soma de seus medos, e só quero os seus sonhos. Você, eu quero preservar.
Todos nós temos um monstro de estimação. O meu é verde musgo, possui escamas pelo corpo, é bípede, e seus pés possuem unhas longas e pontiagudas. Seu tórax é avantajado. A barriga? Tanquinho. Possui focinho, e seus dentes são afiadíssimos. Um monstro padrão, básico.
Ele já teve dias melhores. Era bem mais forte e saudável. Todas as manhãs eu o acordava carinhosamente e o alimentava com cuidado, colocando em seu prato de ração medos novos e medos velhos. Ele não se importava com os medos velhos. Grunhia dizendo que medo é medo, e é uma delícia, e os comia com prazer e gratidão. Assim ele crescia e ganhava massa muscular e disposição para me assombrar durante dias e noites, acabando com meus sonhos. Era este o nosso acordo:
Eu lhe dava medos e ele ficava por perto, acabando com meus sonhos.
Hoje posso dizer que ele está mais fraco, desanimado. Ainda o vejo todas as manhãs reclamando por comida. Nos últimos dias ele nem sai mais da cama. Chora copiosamente quando me vê em Paz. Dá pra ver as costelas.
Como vai o seu monstro? Ele está bem nutrido?
Alimentar ou não alimentar este monstro é uma opção que fazemos.
Imagino que você possua sonhos, objetivos e metas para sua vida. O fato é que seus padrões de pensamentos podem afastar qualquer possibilidade de vê-los realizados.
Uma das bases da Teoria do Caos é o Efeito Borboleta, criado pelo matemático Edward Lorenz, que diz que o bater das asas de uma simples borboleta pode influenciar o curso natural das coisas, e assim, talvez, provocar um tufão do outro lado do mundo.
Assim é com nossos pensamentos. O cérebro não possui censura, ele aceita como fato qualquer afirmação que façamos.
Guarde dinheiro para o caso de ficar doente, - afinal, os planos de saúde estão uma lástima – que você conseguirá usá-lo com esta finalidade.
Existe também o medo do sucesso.
Eu queira muito ser convidado para ser palestrante. Trabalhei estrategicamente para que isso acontecesse, mas quando aconteceu, fiquei aparvalhado, incomodado. A busca estava mais confortável que o sucesso.
Bernard Shaw escreveu que “Na vida há duas tragédias. Uma delas é não realizar um desejo íntimo. A outra é realizá-lo”.
Existe um provérbio japonês (dizem) que afirma: “É melhor caminhar com esperança do que chegar ao fim do caminho”.
Nós humanos vivemos para evoluir, para conquistar. Isso nos diferencia dos demais seres animados. Um tigre agirá sempre como um tigre, fará tudo como faz qualquer outro tigre.
Nossos desafios nos projetam para o crescimento. É certo que pode amedrontar, mas o sucesso ou o fracasso dependerá muito de como lidamos com isso. O pensamento é o ponto de partida.
Você já se deu conta de que para andar temos que tirar uma perna do chão, jogá-la para frente, deslocar o eixo do tronco enquanto já vamos tirando o pé de apoio do chão, na confiança de que a primeira perna possua força para suportar o nosso peso e não nos estatelarmos no chão?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Felicidade e Sucesso: duas coisas diferentes


Em minhas navegações pela web hoje eu me deparei com um artigo em um site americano fazendo a afirmação que dá título à esta postagem.
Felicidade e sucesso: duas coisas diferentes.
Há tempos que na rua onde moro surgem prédios bonitos, agências bancárias e lojas de decoração de grife. A paisagem urbana está sempre sendo alterada.
No entanto há um prédio de uns seis andares em uma esquina que, por parecer abandonado, pensei estar apenas aguardando a incorporadora demolí-lo para logo erguer ali, um ponto nobre da região, um tremendo de um prédio, todo moderno.
Fiquei surpreso ao ser informado que lá mora um homem.
Mas como? Quem pode viver ali?
Para onde você caminha? O que deixa para trás?
E é verdade. Uma noite, curioso, lancei meu olhar para suas janelas de vidros quebrados e emolduradas por paredes pichadas, e puder ver uma luz pálida de vela que atravessava o fosco de sujeira do pedaço de vidro que teima a permanecer ali.
Pobre homem. Ele ocupou o espaço por não ter onde se abrigar do tempo. É um sem teto.
Coincidentemente minha mãe mora no prédio vizinho, e um dia, conversando num domingo preguiçoso ela me disse que ele, aquele homem, aquele morador solitário do prédio em abandono era o seu proprietário.
Imediatamente lancei uma grande gargalhada.
Não me fez nenhum sentido a informação daquela amável senhorinha octogenária: morar ali o proprietário do imóvel que está aos pedaços, abandonado, com tapumes nas portas, com suas ferragens corroídas e mato crescendo em suas entranhas, sem luz, água, mas que mesmo assim, deve valer uns cinco milhões de reais...ora vá!
Mas eu continuei curioso, quem é aquele homem? E logo minha curiosidade foi saciada ao conhecer uma colega da filha do referido proprietário. Sim, ele tem família!
E sim, ele é o proprietário. E não, não é só daquele imóvel, mas de muitos, vários.
Fico pensando: O que o motivou a morar ali, só, na sujeira e no aparente abandono?
Sim. É um homem de sucesso, bem sucedido em suas empreitadas, senhor de várias propriedades.
Não. Ele não deve ser feliz. Eu não seria.
E você? O que te fará bem sucedido? O que te trará sucesso? E o que te faz feliz?
São duas coisas diferentes.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre a coragem de olhar para si e mudar o que precisa ser mudado

Zona de Conforto é onde estou agora, e transito de forma automática, sem pensar, e com grande facilidade.
Zona de Conforto é uma expressão que pode não ser exata, ao menos da forma como como a maioria da pessoas entende.
O que quero dizer com isso é que a Zona de Conforto pode não ser lá tão confortável. Aliás, pode ser extremamente desconfortável. E aí está uma grande ameaça: podemos nos acostumar e nos conformar com a situação, e passarmos a acreditar que as "coisas são como são". E assim serão. É aquele momento em que, sem saber mais o que fazer, optamos por estabelecer que este é o nosso destino, e estamos assim para que aprendamos a evoluir. Será isso mesmo?
Esta aceitação me parece um grande desperdício de vida. Lamento pela vida que deixei passar quando fazia isso comigo, sistemáticamente.
Quando digo vida me refiro ao que há de mais amplo e grandioso sobre ela.
Se você possui desejos, metas, objetivos e sonhos que ainda deseja realizar, é necessário abandonar imediatamente este tipo de posicionamento.Urgente.
Nossa mente obedece cegamente, sem questionar, as ordens que recebe de nossos pensamentos. Dizer a si que tudo está assim e não pode mudar é uma sentença cruel. Estanca nossas possibilidades, e dá tudo por encerrado.
Se você quer implementar mudanças em si saiba que mudar equivale a se locomover, andar. E para andar é preciso ter uma direção para seguir e um destino. Afinal não dá para ficar andando às cegas - mas você pode, se optar por isso.
Muito bem. Se você tem um destino, ele é a sua meta, seu objetivo. E ele pode ter nascido em um sonho, baseado em pensamentos repletos de desejos e emoções. Isso torna tudo mais interessante. É a chave da transformação humana.
Na medida em que você caminha em direção à sua meta, seu destino, você vai se aproximando daquilo que é realmente importante para você. Assim sua qualidade de vida vai aumentando, e junto com isso vem a alegria e o prazer de viver. A satisfação do cotidiano. As segundas-feiras deixam de ser inóspitas, e passam a ter a beleza de ser mais um dia para viver.
Desafie-se. Experimente pensar de forma diferente. Você tem o direito da realização, da conquista. Tome posse disso. 
Tenha suas metas, seus desejos, seus sonhos...não sonhos noturnos, mas sonhos obtidos pelo pensamento carregado de emoções desejosas de algo melhor. Esta é a ignição para você poder sair da Zona de (Des)Conforto e aventurar-se por uma estrada desconhecida, mas muito estimulante.
É preciso coragem.

Salvio Fonseca
Ilustração de Danilo Rizzuti

" Um dos papéis do Coach é tirar seu cliente da Zona de Conforto. O Coach questiona comportamentos padronizados, a forma como o cliente percebe o mundo, como se dão seus relacionamentos, onde está focando sua atenção e o que está deixando de perceber à sua volta. O Coach leva o Cliente a analisar as crenças ineficazes que o estão impedindo ou o dificultando de atingir suas metas. Naturalmente, isso exige coragem por parte do Cliente. De modo geral, mudanças são bem vistas, na medida em que estão intimamente ligadas ao conceito de evolução. Mas também, de modo geral, há um desejo inconsciente de que a mudança venha de fora: que as pessoas mudem, que a vida mude, que as condições externas mudem. O processo de Coaching traz a responsabilidade de volta para o Cliente, levando-o a compreender que ele é o real agente de transformação, e que, se ele não mudar, nada a seu redor mudará. "

Paul Campbell Dinsmore & Monique Cosendey Soares
Livro Coaching Prático - O Caminho para O Sucesso
Editora Qualitymark

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Receita de ano novo



Chegamos nele. Há mais de 90 horas que estamos com os pés em 2012; ano bissexto.
Como foi a sua passagem de ano? Fez alguns rituais para “se garantir”?
Muita gente escolheu com extremo cuidado as cores de suas roupas. Desta vez estas escolhas não se referiam a estética, mas sim ao que estas cores podem trazer. A lista é curiosa:

  • Branco traz a Paz;
  • Verde proporciona boa saúde;
  • Azul é prosperidade;


Tem mais:
  • Comer uvas à meia-noite do dia 31/12 traz dinheiro em grandes porções;
  • Pular sete ondas significa ter direito à sete coisas muito boas durante o ano;
  • E o amor? Ah! O amor. Se você usou vermelho antes da virada, está tudo certo e arranjado. Caso contrário; cuidado. Este é um ano bissexto. Não comece nenhum relacionamento ou qualquer projeto, pois não vai dar certo. Eu sinto muito, porque, segundo os Maias, neste ano o mundo acaba.

Se você é daquelas pessoas que dizem: Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay...tudo bem. Fez certo em escolher estes rituais e seguir feliz e seguro em seu cotidiano. Agora, se você não acredita em crendices populares, e costuma tomar a vida em suas próprias mãos, sem delegar seu futuro à ninguém, deve ter feito lá sua lista de intenções, certo? Onde ela está guardada? Qual o seu nível de comprometimento com cada uma destas intenções?
Realizar, ou não, seus objetivos dependerá apenas e tão somente de sua disposição.
Ouvi pessoas dizerem:
- Espero que este ano me traga felicidade e paz.
Tenho perguntas:
É a mera mudança de calendário que está encarregada de trazer a tona seus desejos e sonhos?
O que precisa acontecer, ou mudar, para que você se sinta em paz e feliz?
O que você fará acontecer, ou mudar?
Um novo ano, um novo futuro, está em nós, esperando para ser despertado.
Leia este lindo poema de Carlos Drummond de Andrade, de cujo título eu tomei emprestado para esta postagem.

Receita de ano novo
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.