O que é Coaching?

Muitas pessoas confundem o Coaching com terapia, autoajuda, aconselhamento, mentoring ou treinamento. Já me perguntaram até se o Coach é um psicólogo para executivos. Estas noções estão equivocadas, mas isso é compreensível porque embora a profissão de Coach seja a que mais cresce no mundo ela ainda é relativamente nova no Brasil.

O Coaching não é uma ideologia, ele é uma metodologia holística e pragmática, um processo com início meio e fim. Ele não é restrito a executivos, profissionais liberais ou empresários; aplica-se a toda e qualquer pessoa que busca conhecer mais a si própria e conquistar uma vida mais plena, feliz e realizada.

O Coaching libera o potencial humano para maximizar seu desempenho.

O profissional Coach - regido por rigorosos princípios éticos e morais - apoia o indivíduo a definir com clareza as suas metas e desenvolver competências para alcançá-las. Ele assessora o Cliente na obtenção de resultados em larga escala na sua vida pessoal, carreira profissional ou negócio, de quaisquer áreas de atuação. Durante este processo o Cliente amplia seu nível de consciência, autoconhecimento e responsabilidade pelos resultados da própria vida.

Considere estas perguntas:

O que eu quero da vida? Quais são as minhas perspectivas? Quais são os meus sonhos?

Eu tenho tudo o que quero? Eu tenho tudo o que mereço? O que é possível para mim?

O que é importante para mim? Quais são os meus valores pessoais? Eu os conheço e vivencio?

O que eu acredito sobre mim? O que eu acredito sobre a vida?

Agora imagine uma maneira de explorar estas perguntas com a assessoria de alguém preparado e habilitado para lhe auxiliar a concretizar seus sonhos mais importantes, e transformar-se na pessoa que você sempre desejou ser.

Isso é Coaching.



Referências:

Villela da Matta & Flora Victoria – Sociedade Brasileira de Coaching

Andrea Lages & Joseph O’Connor – Comunidade Internacional de Coaching e Lambent do Brasil

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nossos relacionamentos - Somos um, ou somos dois?

Eu sou eu, e você é você.
Eu faço minhas coisas, e você faz as suas.
Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.
Você é você, eu sou eu.
E se por acaso nos encontramos, é lindo.
Se não, nada há a fazer. 



Oração da Gestalt,
escrita em 1969 por Frederick (Fritz) Perls




Entender os relacionamentos como uma complementação de nosso ser por outra pessoa me parece crueldade, nada saudável. E vamos aí em todas as dimensões de um relacionamento; de paixão, amizade, amor, familiar, social e profissional. 

É certo que as relações profundas projetam um terceiro elemento, resultado perceptível quando dois seres caminham juntos pela vida, pelo tempo que for, e isso pode ser traduzido por uma simples representação matemática: A+B=C
Mas isso só acontece se A e B forem completos e íntegros consigo próprios, caso contrário surge um resultado (C) incompleto e disforme, desestruturado e desequilibrado.

Eu me conheço e conheço você. Sei quem sou e quem você é. Nós nos respeitamos em nossas individualidades, sabemos de nossas diferenças, e cada um de nós vive conforme nossas convicções, fraquezas, qualidades e defeitos. Não nos anulamos para chamar a atenção um do outro, não nos sabotamos para sermos gostados, amados ou para sermos aprovados. Eu não espero nada de você; sou quem eu sou, e você é quem você é, e assim não nos decepcionamos um com o outro.
Somos únicos, e por isso mesmo estamos aqui. Somos dois, e é muito bom ter te encontrado.
Podemos seguir assim, se você quiser. Caso contrário, vou em minha própria companhia. Nada posso fazer, nem você.


Uma relação saudável pode ser extremamente simples, desde que haja um profundo respeito por si próprio, e se parta diáriamente em busca de autoconhecimento.



Para alguns o pensamento de Fritz Perls neste poema pode parecer exageradamente individualista. Então fica aqui um convite à reflexão pelas palavras de Alina Purvinis, coordenadora do Núcleo de Gestalt Terapia Integrada, de Campinas/SP.
                                                                                                                                         "Viver é afinar o instrumento, de dentro pra fora, 
de fora pra dentro, a toda hora, a todo momento"
Música Serra do Luar
Autoria de Walter Franco




A assim chamada “Oração da Gestalt”, um pequeno poema escrito por Frederick Perls, e considerada uma síntese da sua visão sobre as relações interpessoais, tem sido, na minha opinião, muitas vezes mal interpretada.
Tenho ouvido críticas a ela, afirmando que Fritz prega um individualismo exacerbado, enfatizando o “eu” e o “tu”, e deixando de dar importância ao “nós”, á interdependência que existe entre todos os seres humanos.

EU NÃO ENTENDO A ORAÇÃO DESTA MANEIRA.

Ao contrário, considero que a posição afirmada por Perls é a de um respeito total pela individualidade, pela aceitação das diferenças individuais e pelo reconhecimento e aceitação plenos dos limites inerentes a qualquer relacionamento.
Explicitando melhor cada parte da oração:

“Eu sou eu”: o primeiro pré-requisito para qualquer relacionamento maduro e saudável é que eu saiba quem sou, que eu reconheça e aceite todas as partes que compõem minha individualidade (tanto minhas qualidades e recursos, quanto meus defeitos e limitações), e que eu assuma totalmente a responsabilidade por tudo que sinto, penso e faço.

“Você é você”: o segundo pré-requisito (que depende do primeiro) é ser capaz de ver o outro, reconhecer o outro como outro, diferente de mim. Temos a tendência de projetar nossos sentimentos, expectativas, conflitos, significados, na outra pessoa, principalmente quando não temos uma consciência clara desses aspectos. Interpretamos muitos comportamentos das outras pessoas como algo dirigido a nós, quando, na maior parte das vezes, esses comportamentos têm a ver com o referencial delas, não tem nada a ver conosco.

“Eu faço minhas coisas, você faz as suas”: costumo comparar as duas pessoas envolvidas num relacionamento com dois círculos. Se eles estão completamente separados, não existe relação. Se eles estão superpostos, isso configura uma confluência (fusão, simbiose), em que a individualidade dos dois está anulada. Se eles têm um espaço de intersecção, existe uma interdependência – cada um tem o seu espaço individual, em que desenvolve seus próprios interesses e preferências, e existe o espaço comum aos dois, em que fazem coisas juntos e compartilham experiências.

“Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas, e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas”: quando iniciamos um relacionamento, podemos ficar extremamente preocupados em relação ao que o outro espera de nós; algumas pessoas (especialmente as mulheres) parecem ter desenvolvido “antenas” para captar as necessidades do outro e tentam satisfazê-las, na expectativa de assim obter seu afeto e aprovação. No entanto, agir dessa maneira é uma armadilha, por várias razões: em primeiro lugar, aquela pessoa única e interessante que despertou atração simplesmente desaparece, transforma-se num “zero á esquerda”, extremamente desinteressante; em segundo lugar, a pessoa que se anula e dá demais cria expectativas de receber muito também e se frustra – temos uma idéia errônea de que seremos tratados da mesma maneira como tratamos o outro, e na verdade somos tratados pelo outro da mesma maneira que nós nos tratamos; em terceiro lugar, a pessoa nunca vai se sentir realmente amada ou valorizada, pois não está sendo ela mesma no relacionamento, está mostrando uma falsa imagem; e, finalmente, ninguém consegue sufocar suas verdadeiras necessidades e sentimentos para sempre, então esse relacionamento é uma “ bomba relógio”, aquilo que a pessoa faz para manter a harmonia, para evitar brigas, é exatamente o que vai levar á ruptura.

“E se por acaso nos encontramos, é lindo. Se não, nada há a fazer”: este final, que ás vezes é considerado pessimista, simplesmente afirma uma verdade. Ninguém pode se obrigar a querer aquilo que não quer, a ser aquilo que não é, a passar por cima dos seus limites, a ceder onde não dá para ceder. E, por mais que duas pessoas tenham afinidades e gostem uma da outra, elas jamais conseguirão ter as mesmas necessidades, na mesma hora, com a mesma intensidade...O que podemos fazer é expressar diretamente para a outra pessoa o que pensamos, sentimos e desejamos, e permitir que o outro também se expresse livremente. Colocando assim as cartas sobre a mesa, podemos então tentar chegar a um consenso, a um acordo, cada um cedendo um pouco, sem se anular. Às vezes, isso é possível; às vezes, o melhor consenso a que conseguimos chegar é “Concordamos que discordamos...”
Se houver um afeto genuíno e um verdadeiro respeito e aceitação pela individualidade do outro, poderemos continuar nos relacionando. Se, no entanto, constatarmos que o abismo entre as minhas expectativas e as do outro é muito grande, talvez seja melhor reconhecer isso, nos despedirmos com gratidão e cada um trilhar o seu caminho, com outros companheiros de viagem.


Por Alina Purvinis (CRP: 06/1828-1)


Visite o site do Núcleo de Gestalt Terapia Integrada
http://www.nucleogestalt.com.br






Um comentário:

  1. Entendo que o respeito as individualidades é o caminho para um relacionamento saudável e duradouro. No entanto deve-se considerar que sua individualidade na vida a dois nem sempre é possível quando há que se tomar uma decisão única a cerca de assunto onde duas opiniões se conflitam. Nesse momento a parte que cedeu a outra, abre mão da sua individualidade para satisfazer o bem estar de outro. Deste modo, acredito que tudo deve ser dosado em nome do bom convívio.

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